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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sexta-feira, 6 de junho de 2008


Ipea quer a criação de uma contribuição sobre as grandes fortunas

O fim da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) teria o mesmo efeito que a implantação de três programas Bolsa Família na redução da pobreza e da desigualdade social no Brasil, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apresentado ontem no Senado. A informação é da Agência Brasil.

De acordo com o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, sem a Cofins, o país teria condições de reduzir em 10,2% a pobreza, o que corresponderia a retirar dessa condição 6,4 milhões de pessoas, o equivalente à população da cidade do Rio de Janeiro.

A idéia, segundo o estudo, seria reduzir a carga de impostos indiretos, que incidem sobre produtos e serviços, como a Cofins, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e elevar os diretos, que recaem sobre a renda e a propriedade, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto de Renda (IR).

“O sistema tributário atual aumenta a desigualdade porque os pobres pagam mais tributos que os ricos”, disse Pochmann, explicando que os impostos indiretos são repassados para o preço dos produtos e serviços. Ou seja, o pobre e o rico pagam a mesmo valor por um determinado produto.

“Nós temos um sistema tributário muito regressivo, que cobra mais dos pobres do que dos ricos. Justamente por essa interpretação, oferecemos uma simulação que permitiria, mantida a arrecadação tributária do jeito que se encontra hoje, termos menos desigualdade”, reforçou Pochmann.

Para compensar a perda de arrecadação com o fim da Cofins, o Ipea sugere o aumento do Imposto de Renda e a criação de uma contribuição sobre as grandes fortunas.

Com a mudança, explicou Pochmann, o IR passaria das atuais duas faixas de alíquotas para 12. A primeira seria de 5% para quem tem renda entre R$ 1,257 e R$ 2 mil. A faixa intermediária seria de 27,5% para aqueles com rendimentos entre R$ 6,5 mil e R$ 8 mil. A última alíquota, de 60%, atingiria quem tem renda acima de R$ 50 mil.


5 comentários:

Anônimo disse...

Pronto, agora o PIG vai à loucura. Eles chegam a espumar quando ouvem falar em tributação de grandes fortunas.

Anônimo disse...

Falar em gravar as grandes fortunas para a elite branca é como comer a família toda dos caras e ainda fazer o pai fazer um boquete em praça pública.
Isso é imperdoável.

Golpe, já! - dirão eles.

Anônimo disse...

Está previsto na CF, bastando regulamentação. Quem tem vontade política?

armando

Carlos Eduardo da Maia disse...

Regulamentar imposto sobre grandes fortunas é extremamente complicado. Inicia com o conceito, o que é, afinal, grande fortuna? E o Brasil é um país que necessita de investimento externo. Taxar Imposto sobre grande fortuna em país que necessita de capital para se desenvolver é dar um tiro no pé. O Brasil já arrecada muito bem e a tendência é arrecadar mais. O que o Brasil tem que fazer é arrumar esse emaranhado legal que se transformou nossas leis tributárias e fiscais e diminuir os gastos públicos que geram inflação que corroem os salários da população de baixa renda.

Anônimo disse...

O Maia disse:

"Taxar Imposto sobre grande fortuna em país que necessita de capital para se desenvolver é dar um tiro no pé."

Ele diz no pé porque se fosse no saco ele estaria morto.

Claudio Dode

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