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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008


Papeleiras guascas também aquecem o planeta

Empresas de celulose – as papeleiras - também são responsáveis pelo aumento da temperatura do planeta. A informação é da Agência Chasque, que entrevistou o ativista norte-americano Julian Drix, da organização Maré Crescente, que combate o aquecimento global. Para ele, três argumentos colocam as empresas entre as principais causadoras do problema ambiental.

"Primeiro, para plantar eucalipto, eles destroem completamente a Mata Atlântica. Segundo, os agrotóxicos que eles usam. Os agrotóxicos são baseados em petróleo, que são a maior fonte de aquecimento global. E também o processo para produzir o papel precisa muita energia e tem muitas emissões de carbono. Estas grandes indústrias e os latifúndios são a fonte do aquecimento global", afirma.

De acordo com o norte-americano, estas e outras empresas poluidoras usam o mercado de crédito de carbono e a propaganda para melhorarem suas imagens, sem atacarem o verdadeiro problema.

"Grandes empresas de petróleo, de carvão mineral, de outras coisas estão ‘lavando’ suas imagens, por comprarem créditos de carbono que vem de plantações daqui ou de outros países do Sul. Tem uma coisa nos Estados Unidos que se chama US CAP, que é um grupo de grandes empresas que dizem que estão fazendo algum coisa contra o aquecimento global, para buscar alternativas de energia, mas são as mesmas empresas que são o problema", declarou Drix.

Entre as empresas que devem utilizar o crédito de carbono como propaganda de preservação do meio ambiente, o ativista destaca o banco Bradesco, a multinacional de petróleo Exxon Mobil e as empresas de celulose Aracruz e Stora Enso. Somente no Rio Grande do Sul, Aracruz e Stora Enso detêm cerca de 150 mil hectares plantados de pínus e eucalipto.

Julian Drix esteve no Brasil pesquisando para a produção de um filme sobre a monocultura de eucalipto, produção de celulose e o aquecimento global, que deverá ser realizado ainda em 2008.

4 comentários:

Anônimo disse...

A Agência Chasque é notória inimiga das florestadoras. A quantidade de informações inverídicas sobre esta cultura agrícola é impressionante. Por que não tece comentários a respeito de um problema mais sério no Pampa (veja matéria da FSP abaixo)Ç

Capim invasor já ocupa 20% dos campos sulinos
O famoso céu azul do Rio Grande do Sul, desde os anos 1950, é testemunha da chegada acidental do capim annoni (Eragrostis plana) aos pampas. Sem inimigos naturais, a planta rapidamente conquistou terreno e tornou-se um dos maiores problemas ambientais do país nos anos 1970. E, hoje, o mesmo status é mantido, porque 20% dos campos sulinos estão forrados com ela.
Preocupados, os cientistas da ONG Instituto Hórus resolveram calcular o prejuízo econômico que esse processo causa aos pecuaristas gaúchos. A conta dá a dimensão do tamanho do estrago: só em 2005, a produção de gado no extremo sul do Brasil sofreu uma perda de US$ 3,4 milhões, com um acumulado entre 1995 e 2005 de US$ 29 milhões.
E se nada mais radical fosse feito para coibir a invasão? Esta foi uma das perguntas imaginadas pelos autores do estudo.
"Em 1979, esse capim já ocupava uma área de 20 mil hectares. Em 2007, a área invadida é de 2 milhões de hectares" afirma à Folha a pesquisadora Sílvia Ziller, especialista em espécies invasoras e uma das autoras do estudo que avalia o impacto econômico do capim annoni no Rio Grande do Sul.
Segundo a engenheira florestal, as projeções recém-concluídas mostram que o problema só tende a aumentar. Em 2015, quase 4,5 milhões de hectares deverão estar forrados com o capim. "O prejuízo acumulado até lá poderá chegar aos US$ 600 milhões."
As contas são baseadas no prejuízo por hectare. Enquanto o produtor perde US$ 38,91 na área em que existe a invasão, ele ganha US$ 17,15 quando, no seu pasto, quem está presente é a espécie nativa.
"Com essa área de ocupação --o capim chegou inclusive, via estradas, até o sul da Bahia-- é impossível fazer um controle mecânico", diz Ziller.
Controle biológico
Segundo ela, o esforço para barrar a proliferação do capim invasor no Brasil deveria contar com um reforço extra, no caso, do país de onde a planta foi trazida nos anos 1950 pelo pecuarista Ernesto Annoni.
"Os sul-africanos desenvolveram técnicas de controle biológico eficientes e relativamente baratas", diz Ziller, lembrando que a Embrapa também desenvolve pesquisas para tentar equacionar o problema.
No caso das técnicas africanas, que usam predadores naturais da planta, como insetos, para tentar brecar as futuras invasões, elas custam, segundo a pesquisadora brasileira, mais ou menos 1% do prejuízo que o capim annoni causa.
Falso positivo
De acordo com Ziller, o caso da planta invasora gaúcha é apenas um entre vários que existem no Brasil. Mas, como ele é exemplar, é sempre bom ter consciência de como um simples acidente pode causar problemas por várias gerações.
"As primeiras sementes da planta vieram sem querer espalhadas no meio de outra espécie, que era muito usada na época para forrar o pasto."
Mas daí, ao chegar aqui, os pecuaristas perceberam que o capim annoni deixava o pasto verde, inclusive no inverno.
"Mas isso ocorria em um espaço curto de tempo. Além disso, o [capim] annoni tem muita fibra, o gado não consegue fazer digestão direito e a planta passa a não ser mais palatável", diz Ziller. Mesmo isso sendo descoberto logo, os fazendeiros já haviam importado sementes da África. E descartaram o material de qualquer forma.
"Essa planta produz muitas sementes, que são transportadas de várias formas, pelo próprio gado ou nos pneus das máquinas. É muito fácil de a invasão ocorrer mesmo."

(Por Eduardo Geraque, Folha de S. Paulo, 06/02/2008)

Anônimo disse...

Como assim "florestadoras", Zé Mário? As papeleiras são florestadoras? Que florestas elas cultivam? Não venha me dizer que a monocultura intensiva de pinus e eucalipto sejam florestas. Caso contrário o conceito e o significado das palavras perderam todo o sentido original. Vejo que você está adotando a nova gramática proposta pelas papeleiras e a RBS. Quem destrói o meio ambiente e a diversidade das espécies agora é chamado pelas papeleiras & RBS de "florestadoras"?

Faça-me rir Zé Mário!!!!!!!

José Elesbán disse...

Ok que é uma monocultura.
Agora, é certo que enquanto uma árvore está crescendo, ela libera mais oxigênio, na fotossíntesse, do que consome na respiração. Monocultura ou não, eucalipto é uma árvore.
O texto da Agência Chasque parece bem tendencioso.
Além do que, as compras de crédito de carbono, se não me engano é um mecanismo previsto pelo Protocolo de Kyoto.

Anônimo disse...

Todo mundo é Zé ai?
Hummm, estão parecendo multiplas personalidades.

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