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terça-feira, 7 de agosto de 2007

Karl Marx e o século 21

“Quem já foi considerado morto está mais vivo que nunca. Na sua qualidade de teórico ativo e crítico, Karl Marx foi dado já como morto por mais de uma vez, porém sempre tem conseguido escapar à morte histórica e teórica. Tal fato deve-se a um motivo: a teoria marxista só pode morrer em paz junto com o seu objeto, ou seja, com o modo de produção capitalista."

Trecho inicial de um belo ensaio – que recomendamos vivamente – de Robert Kurz, intitulado Karl Marx e o século 21.

Leia na íntegra aqui (em espanhol). São 34 folhas, apenas. Imprima, leia, guarde, estude, divulgue, faça círculo de debates.

11 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Robert Kurz, do Krisis, é uma das grandes cabeças da esquerda. Devorei, na década de 90, "o colapso da modernização", apesar de não concordar com suas conclusões. Mas Kurz -- que viu de perto o colapso do socialismo real na DDR -- continua com essa incrível ansiedade de ressuscitar Marx e o socialismo. O cara é inteligente, mas doente de teimoso.
Infelizmente e felizmente, o modo de produção capitalista se aperfeiçoa e sobrevive a todas as crises. As sucessivas crises fazem parte do motor do capitalismo que é dinâmico e se aperfeiçoa e se supera (ou não). De qualquer modo, Robert Kurz merece respeito e prometo ler esse texto.

Anônimo disse...

Em apertada síntese, como dizem os juristas (sic), diria que para valorizarmos o marxismo devemos aprender / entender e saber usar (aí mora o perigo)duas coisas: materialimo histórico e dialético.
armando

Anônimo disse...

Armando, esse é o famigerado Diamat, pérola da ortodoxia stalinista. É o marxismo de manual, engessado e justificador do extermínio de companheiros e dos soviets (conselhos populares, participativos e democráticos). Em nome do Diamat é que se ocultou inclusive inúmeras obras do jovem Marx, os Grundrisse, etc. O Diamat está na raiz da derrocada da URSS, mesmo 80 anos depois.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Armando, o marxismo, hoje em dia, não tem nada de materialista, virou uma doutrina idealista. O marxismo virou uma religião sem Deus. E também é questionável, no mundo complexo, difuso que estamos embutido que a humanidade tenha o controle da rédea da história (infelizmente) Portanto, tendo em vista as características da época que respiramos, fica meio engraçado falarmos em materialismo histórico. Marxismo é dogma, é teoria e nada mais do que dogma e teoria.

Anônimo disse...

Armando, por favor, me responda a seguinte dúvida, terrível, que me abateu: Se a humanidade não tem o controle da história quen teria - os marcianos ou venusianos?

Anônimo disse...

Eu é que fiquei dialéticamente com várias dúvidas:
1- o maia que escreve aqui ultimamente é histórico ou alinígena?
2- esse maia é o nosso maia, aquele que "nada que é humano" lhe era desconhecido, ou é um agente do 'patton' jobim?
3- Jorge, como eliminaram por decreto Plutão, fico tentado a ver a história como um conluio de seres ínfimos que "navegam" nas mentas dos humanóides, ou o Fukuyama tinha razão?
armando

Anônimo disse...

Se levarmos no limite as categorias da alienação e da reificação, fetichismo e coisificação, o rapaz do depósito até que passa a ter motivos para afirmar aquilo. Vivemos sob a lógica da mercadoria, logo... e aí é que entra Lênin e saio eu deste blog.

Anônimo disse...

Gustavo, o marxismo é dialético e por isso sobrevive, não como dogmas. O materialismo histórico não tem nada a ver com stalinismo.
Simplesmente é o metódo para se entender a história, sem os tropeços e pegadinhas ideológicas que fazem a felicidade da direita.
Quanto à URSS, a derrota sempre esteve dentro da própria, ou mais precisamente no aparelho do Partido. Foi destruida de dentro para fora, conduzido pelos seus dirgentes. Se não foi assim, como explicar os milhares de mafiosos que dirigem a Rússia e que ficaram milionários. Vieram de Marte?
Querer "reescrever" ou modernizar o marxismo é o mesmo que jogarmos a criança com bacia d'água suja. Não precisamos nos apegar à "bíblia", mas aos seus métodos de análise. Simples assim mesmo.
armando

Anônimo disse...

...dragão de sete cabeças é o capitalismo anárquico pregando o niilismo que, nas ruas, ataca os símbolos do consumismo, mas, por isso mesmo os reproduz (tragédia). Ou uma versão de comédia como queimar sutiãs nos anos 60. Queimadores de sutiãs e niilistas, coincidentemente, são os gestores de grandes empresas exploradoras.
Por isso, talvez o marxismo nos ajude a sair da trama em que os que matam diariamente Marx, querem fazer crer que estamos presos. Espécie de prisão entre Caronte e Lete no rio do inferno de Dante.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Armando, o Blogger é mais eficiente em relação à clonagem. O verdadeiro Maia está cadastrado no Blogger e é só clicar no nome para verificar se é "fake" ou não. Se aparecer o meu (argh) depósito é o verdadeiro Maia. Aproveitando a oportunidade quero dizer a todos que não sou niilista. Sou humanista.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Armando, a derrocada do império soviético está também intimamente ligada à revolução científico tecnológica (RCT), ou seja as causas são várias e não apenas da gestão do socialismo, mas do próprio socialismo real. A causa da derrocada é, sobretudo, intrínseca ao socialismo, pois este nunca foi além do mero estatismo. Estatismo este que desprezou totalmente o mercado ( e o fetiche da mercadoria é um mal necessário) e oprimiu a liberdade. O povo unido que jamais será vencido fez a sua parte e derrubou o monopólio absoluto e totatlitário do estatismo. .

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