Você está entrando no Diário Gauche, um blog com as janelas abertas para o mar de incertezas do século 21.

Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 31 de julho de 2007

O problema Globo e a solução Jango



Deu no Conversa Afiada.

O professor Marco Aurélio Garcia foi ao programa “Canal Livre”, da
TV Bandeirantes, na noite deste domingo, dia 29, e esquivou-se de
responsabilizar a Globo pela campanha para derrubar o Governo a que serve.
Por duas vezes – em perguntas de Antonio Telles e Fernando Mitre – Garcia
teve a oportunidade de dizer “sim, refiro-me à Globo”.
E não disse.
Garcia dizia que órgãos de imprensa tentavam substituir e conduzir os
partidos de oposição na tarefa de combater o Presidente Lula.
Telles
perguntou diretamente: “é a Globo” ?
Garcia não respondeu.
Garcia foi ao
programa para se explicar sobre o inexplicável, aquele gesto inaceitável do
“top-top”.
A Globo fez muito bem em filmá-lo e em divulgar o que filmou.
É para isso que existe a imprensa.
E as autoridades que se comportem com
um mínimo de compostura.
Isso é uma coisa.
Outra coisa é a campanha
feroz que a Globo desfecha e desfechará para derrubar o Presidente Lula.
E
diante da possibilidade de denunciar esse abuso de uma concessão pública, o
professor Garcia se calou.
O Governo Lula tem medo da Globo.

......

Só não concordo que o gesto do “top-top” seja inaceitável. Privadamente, como foi, é aceitável, sim. Foi um soluço de politização de alguém do Planalto, face a histeria da mídia corporativa. Deveria ter tido desdobramentos menos chulos, mas o professor Garcia preferiu fugir do tema, como observa Paulo Henrique Amorim.

De uma coisa estejamos certos, o presidente Lula, a ministra Dilma, o professor Garcia e outros menos votados do lulismo planaltino não farão jamais esse enfrentamento com o baronato midiático e a direita. A se repetir o dilema do tipo Jango-Brizola, quando da imposição golpista do parlamentarismo em 1961, o governo Lula optará sempre (mil vezes) pela solução Jango – o escapismo, a negaça e a solução conciliatória, cordialmente conciliatória.


A fotografia é ilustrativa, Brizola está indignado, Jango tímido, quase envergonhado, por ter aceito a proposta indecente de Tancredo Neves. Era 1961, e o golpe já ensaiava suas primeiras falas e gestos.
__________________________________________________

Nenhum comentário:

Contato com o blog Diário Gauche:

cfeil@ymail.com

Arquivo do Diário Gauche

Perfil do blogueiro:

Porto Alegre, RS, Brazil
Sociólogo